É comum o paciente chegar ao consultório médico com o desejo de melhorar o aspecto dos seios, do abdômen, das coxas ou de outras áreas do corpo ao mesmo tempo. Por isso, em algumas situações é indicada a cirurgia plástica combinada que tem o objetivo de reunir dois ou mais procedimentos em uma mesma operação. Mas, esta decisão não é assim tão simples, apesar das vantagens existem alguns riscos envolvidos que precisam ser analisados.
Realizar mais de um procedimento no mesmo dia reduz o custo da operação e da internação, assim como o tempo de recuperação, afinal o descanso será apenas um. Porém, em contrapartida o cirurgião avalia algumas situações.
O estado de saúde geral do paciente é o primeiro ponto a ser considerado. Pessoas com doenças crônicas, como diabetes, pressão alta ou alterações na tireoide precisam de um cuidado especial. Estar fora do peso ideal ou ter como hábito fumar ou ingerir frequentemente bebida alcoólica também são situações que serão consideradas.
Após a liberação médica dessas situações é preciso analisar quais tipos de cirurgia podem ser associadas. Por exemplo, a lipoaspiração é um procedimento que pode ser feito em conjunto com a abdominoplastia ou a prótese de mamas, assim como só a abdominoplastia com a cirurgia de aumento ou diminuição dos seios. Essas técnicas podem ser executadas no mesmo dia porque ambos têm a mesma restrição de movimentos no pós-operatório.
Já a prótese de bumbum com a operação nos seios ou no abdômen não é tida como ideal, considerando que o paciente não pode se apoiar no local onde foi realizada a cirurgia, ou seja, não poderia ficar deitado de barriga para cima e nem de barriga para baixo.
Quanto aos demais procedimentos considerados possíveis estão a prótese de bumbum e a lipoaspiração; a abdominoplastia e a cirurgia das coxas; a mamoplastia e a operação para retirar excesso de pele dos braços. Quanto à técnica para retirar a gordura e a pele do braço e da coxa ela também é contraindicada, pois limita duas áreas importantes de movimentos.
Sendo assim, a conclusão é que não existe um limite de procedimentos a serem realizados, mas é necessário o bom senso do cirurgião e do paciente, pois quanto mais longa e extensa for à área do corpo operada maiores também serão os riscos, já que o tempo de cirurgia está diretamente relacionado ao tempo de anestesia, associação está que altera o metabolismo e a fisiologia do corpo, que resulta em estresse cirúrgico. O ideal é que o tempo cirurgia não ultrapasse mais do que 6 a 8 horas.
Sobre o limite da extensão do corpo a ser tratado o Conselho Federal de Medicina (CFM) alerta que este não pode ultrapassar mais do que 40% da superfície corporal.
E, além de todo esse preparo é necessário ter uma equipe médica qualificada, afinal serão horas de cirurgia. O ideal é ter o cirurgião e um médico assistente, um anestesista e enfermeiros que vão assegurar o conforto e a segurança de paciente.
Sobre os cuidados que o paciente pode dispor para o pós-operatório eles são tão importantes quanto o procedimento. Uma pessoa com disponibilidade para um mês ou mais de recuperação, com auxílio de outras pessoas poderá associar cirurgias com mais chances de ter uma boa recuperação. Considerando que não será vantagem “aproveitar” a mesma anestesia e dia, se não houver estrutura pós-operatória.
Por isso, quando pensar em cirurgia plástica associada o ideal é consultar profissional capacitado e analisar os riscos e vantagens, lembrando que um procedimento estético precisa ser pensado e programado para atingir o resultado esperado com a segurança à vida.