De acordo com dados da Sociedade Brasileira do Cabelo de 2019, cerca de 42 milhões de brasileiros sofrem com calvície – no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde o problema alcança metade dos homens de até 50 anos.
O quadro mais comum é de alopecia seborreica masculina, ou simplesmente calvície, a mais frequente das alopecias. A queda dos cabelos pode iniciar cedo e de maneira acelerada ou, ao contrário, instalar-se progressivamente ao longo dos anos. Seja qual for o caso, o cirurgião plástico deve levar em conta diferentes elementos, como topografia, evolução e perfil psicológico do paciente, para propor uma ou várias técnicas que se revelam eficazes na correção dessas alopecias. Confira quatro procedimento principais:
Enxertos de cabelos
Nesta intervenção, praticada sob anestesia local, são retiradas porções de cabelo e couro cabeludo circulares ou fusiformes (extremidades mais finas do que o centro) da parte de trás da cabeça. Na sequência, o médico enxerta – como se fossem mudas de uma árvore – as amostras nas regiões em que o cabelo não nasce mais.
Quanto mais aguda a calvície, mais enxertos precisam ser retirados. Uma vez terminado o procedimento, coloca-se um curativo na região para proteger o enxerto por 24 horas – depois disso, é possível lavar os cabelos.
O crescimento dos cabelos no enxerto ocorre lentamente, de três a quatro meses, em média, e são necessárias várias sessões operatórias – espaçadas em um mês – para obter um resultado satisfatório nas alopecias extensas. Com este progresso, é possível efetuar, dependendo do caso, minienxertos, o que dá um resultado mais natural.
Redução da tonsura
De forma a diminuir o número de enxertos utilizados, pode-se recorrer à redução da tonsura, ou seja, à diminuição da área calva por meio da retirada de uma superfície de pele de até 3 cm de largura por 15 cm de comprimentos em cada sessão.
É possível praticar de duas a três reduções tonsurais, separadas por dois meses, em média. A técnica, realizada sob anestesia local, é muito útil não só nas calvícies masculinas muito extensas, mas também nas alopecias cicatriciais e pós-traumáticas.
Rotações de couro cabeludo
O objetivo desta intervenção é preparar um enxerto longo e transportá-lo (rotação) para a região calva. Sua grande vantagem reside em aportar uma estrutura de tecido com grande densidade de cabelos – imediatamente visível, já que não há ruptura do ciclo capilar – e restabelecer um aspecto natural de implantação capilar.
Geralmente sob anestesia local, a rotação de couro cabeludo pode ser realizada em um, dois ou três tempos operatórios e seu desenho depende da topografia da alopecia e da superfície da zona a ser coberta.
Expansão tissular
Na expansão tissular, o médico pretende distender, ou seja, esticar a zona em que há cabelos, aumentando suas superfícies e permitindo a cobertura da região calva.
São necessários dois tempos cirúrgicos sob anestesia geral para realizar o procedimento. Na primeira intervenção, o dispositivo de expansão tissular é inserido sob a zona cabeluda e sessões de preenchimento do dispositivo ocorrem, em seguida, a cada dez dias. Quando a distensão obtida é suficiente, de 4 a 6 semanas mais tarde, o paciente está pronto para o segundo tempo cirúrgico. Neste momento, a região cabeluda distendida, pela sua grande superfície, vem recobrir a zona alopécica.
O procedimento é utilizado, sobretudo, para as alopecias cicatriciais, mas também para certas calvícies seborreicas. Apesar de poder facilitar a técnica dos enxertos clássicos, traz como inconveniente uma deformação durante a duração do tratamento, ligada ao volume.